Por Alessandro Matos
Comecei a vida artística dentro de um CTG aqui em Bagé, com dez anos. Logicamente me direcionei muito cedo aos concursos do ramo. O primeiro grande foi o antigo FEGART na cidade de Farroupilha, hoje ENART.
Ganho dinheiro tocando gaita há mais de vinte anos, grande parte destes foi dentro de CTGs participando de eventos. Conheci minha esposa dentro de um deles; visitei grande parte do RS e algumas cidades do Uruguai tocando para grupos de dança; Trabalhei com várias entidades no RS, chegando à finalíssima do ENART duas vezes, com o CTG Caiboaté de São Gabriel – onde conquistamos 3º lugar em 1999, e cinco vezes com o GTG do Clube Caixeiral de Bagé – com o qual conquistamos três premiações de melhor coreografia de entrada com a música “Ritual de morte e manada” e uma de melhor coreografia de saída na música “Seival”.
Outra experiência interessante de citar foi a de avaliar. A gente aprende muito estando do outro lado dos concursos. Avaliei uma inter-regional do ENART em São Borja-RS e duas edições do FEPART (O Enart do Paraná em 2008 e 2009.
Nesta estrada, fiz amigos que hoje são reconhecidos nos ditos “Festivais profissionais música nativista”. Dividi o palco com Rogério Melo, Giovani Vieira e Ita Cunha pelo Caiboaté; com Raineri Spohr, Jean Kirchoff, Mariane Acordi, Diego Müller, Vinícius Ribas, e mais um lote de colegas não tão conhecidos mas não menos importantes.
Hoje, apesar de ter uma empresa no ramo da música regional e latino-americana com quase dez anos e três CDs gravados, quando tenho folga na agenda, faço alguma participação. A próxima será com um grupo da cidade de Butiá-RS. Vamos participar de um evento promovido pela Confederação Internacional de Organização de Festivais Folclóricos no fim de novembro, em Fortaleza, no Ceará.
Vejo relação entre o ENART e os Festivais. Na verdade o ENART é um festival. O chamam de Festival Amador só porque não paga ajuda de custos nem prêmio em dinheiro. Em verdade é mais profissional que muitos da área da música, já que mobiliza milhares de pessoas no Estado inteiro, durante meses, trabalhando à exaustão sem a mínima perspectiva de lucro (a não ser os profissionais que vivem do certame).
Mas a relação que aproxima os dois é a de fomentação artística, apesar de terem suas peculiaridades:
O ENART, com exceção das coreografias de entrada e saída, é mais estático. Reproduz mais do que cria. Mas, por outro lado, é infinitamente mais democrático do que os Festivais de Música ditos “Profissionais”, pois estes só na teoria aceitam a participação de quem quiser, ou seja, do iniciante. Em compensação, os Festivais de Música contribuem muito para a criação musical no RS.
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