Sorvendo Caminhos – Chamarra
Letra: Rômulo Chaves – Palmeira das Missões/RS
Música: Piero Ereno – Jaguari/RS
Meu tino campeiro, o pago altaneiro e as distâncias que encurto,
me trazem de jeito pra dentro do peito as quimeras que sorvo;
há tempos que encilho e boto no trilho qualquer potro bruto
E alcanço a paz no silencio que traz o meu mate novo.
No curso dos dias trilhei geografias, mas sem ter querência,
conheço a estrada e topo a parada das lidas mais brutas;
conservo na alma a fibra e a calma forjadas na essência,
por ser estradeiro, sovando os arreios, não fujo da luta.
A sina de andejo me fez estradear pelo sul do país,
de estância em estância, me vou a cavalo, sorvendo caminho;
conservo meus sonhos e busco a meu modo firmar a raiz...
Um rancho, uma bela, um olhar na janela, pra não ser sozinho.
A vida torena se queda serena no trote do pingo,
o pago liberto e o destino incerto se fazem rotina;
volteio nas vilas e gasto alguns pilas num fim de domingo,
depois de andejar sem poder amansar minha alma teatina.
Solito me aprimo e assim sigo o rumo da pampa que vejo,
trazendo esperança, renovo a confiança em cambiar minha sorte;
pois sou bem assim, tenteio pra mim tudo o que mais desejo,
mas sigo honesto, com Deus contra o resto, buscando meu norte.
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