sexta-feira, 29 de agosto de 2014

#Posteira: Renovando as fontes da cultura gaúcha


Confira o texto escrito pela apresentadora do Galpão Crioulo, Shana Müller


Passou o dia do Folclore, comemorado no dia 22 de agosto, e tivemos a oportunidade de fazer um belo programa falando sobre esse tema inesgotável e muito importante na construção do imaginário e da identidade de qualquer povo (aliás, quem não viu, vale a pena conferir aqui). Aí fiquei pensando e refletindo sobre a renovação das fontes de informação da cultura gaúcha.

Um dia fui surpreendida, em casa, com um bilhetinho escrito pelo Paixão Côrtes, me mandando seus livros sobre assuntos variados do Rio Grande do Sul. Do Nico tenho vários, fontes inesgotáveis de poemas e de pesquisa desde a indumentária, história e vários temas. Lessa nos deixou uma obra irretocável e fundamental. Poderia citar outros, sem dúvida, mas acabei lembrando dos mais próximos.

O que me interessa colocar nessas linhas, é a importância que uma bibliografia fundamentada e reflexiva tem na construção e na difusão de uma cultura. Mesmo com os novos tempos, as fontes de pesquisa seguem sendo os bons livros. Deles saem as informações que andam internet afora - para mim, o prazer do papel ainda é insuperável. Ao fazer o programa do folclore, em um determinado momento, me senti contribuindo com uma herança de informação que pode servir na escola, na televisão ou no CTG, e pensei se essa literatura estaria tendo novos autores, novas fontes, novas visões.

Fico feliz em ver que algumas figuras participantes dos movimentos, seja do tradicionalismo ou do nativismo, e mesmo artistas sem rótulos definidos, têm se preocupado em deixar algumas linhas para que se saiba o que se fez. De onde vem nossa arte, nossos eventos, quem protagonizou e ajudou a construir fatos tão bonitos na arte do sul do Brasil.

Falo, por exemplo, de Clarissa Ferreira, musicista (das poucas gurias instrumentistas nos palcos dos festivais) que em seu trabalho conclusivo do curso de pós graduação em música escreveu "Campeirismo Musical e os Festivais de Música Nativista do Sul do Brasil: A (Pós) Modernidade (Re) Construindo o 'Gaúcho'". Ou de Vinicius Brum, que além da linda história como compositor, intérprete e com o Grupo Tambo do Bando, ainda preocupa-se em deixar informação. Como seu trabalho de conclusão do curso de letras, em que escreveu "A Canção Regional Gaúcha: escutando a letra e lendo a melodia", e Alvaro Santi, que há algum tempo registrou uma análise das letras da Califórnia da Canção com o título "Do Partenon à Califórnia: o nativismo e suas origens".

Há poucos dias, recebi também das mãos do amigo e diretor de palco dos festivais há mais de 30 anos, Rico Bertolleti, o Catálogo Memorial dos Festivais Nativistas, que integra o projeto itinerante de exposição de fotografias e shows, que visitou vários eventos do gênero no estado contando a história das primeiras quatro décadas desse movimento musical, com a curadoria artística do Juarez Fonseca (autor de outros tantos textos que contam sobre a música e a cultura do sul).

Em cada um desses trabalhos, é possível encontrar outras tantas referências bibliográficas, mais antigas e mais atuais. A literatura - que bom - segue contando a história da arte daqui. Basta dar uma procurada que a gente encontra prá se informar.

Beijo gente, e até a próxima!
Siga o twitter @galpaocrioulo e curta a página facebook.com/galpaocrioulorbtv

Nenhum comentário:

Postar um comentário