quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Martin César Gonçalves e Marco Aurélio Vasconcellos - "JÁ SE VIERAM"



Recentemente Martin César Gonçalves falou à Patricia Berlanda sobre o seu novo trabalho “JÁ SE VIERAM”. 

Parte da nossa equipe, Patricia compartilhou com os  leitores do BAH parte da entrevista realizada com Martin César.

Seguem os fragmentos:

Este CD é o segundo volume de uma parceria com o Marco Aurélio Vasconcellos. Fala pra nós um pouco de como nasceu esse projeto, por que o Marco Aurélio, e como foi escolhido o repertório do mesmo? 
O projeto nasceu da necessidade de expressar em versos e canções as imagens e os acontecimentos do povo da fronteira ou de qualquer parte do interior do pampa sulino. 

Quanto ao repertório?  
Canções que registram as imagens desse povo que ainda vive nos fundos de corredor, ou nos ranchos de beira de estrada. Tropeiros, alambradores, posteiros, esquiladores, bolicheiros, peões de estância, domadores. Personagens reais que o tempo insiste em apagar, mas não consegue. Basta um domingo de carreiras e lá estão eles. Nas margens das canchas retas, improvisando um jogo de tava e soltando seus versos onde a balaca de cada paisano é pura poesia pampeana. 
'Não é só butiá que dá em cacho', 'Água que se queima o rancho' e por aí afora. E – de repente – já está na hora de mais uma penca... ainda hoje posso divisar nos caminhos da memória um Dom Segundo (já no fim da vida) mal e mal se segurando em riba do seu pingo e apostando os pilas, que trazia dobrados na guaiaca, com um 'gaucho' chamado 
Torquato Flores, mui conhecido por pajador e calavera. O coimeiro, finalmente dá por terminadas as apostas. O tempo parece que para nesse momento... os parelheiros aparecem no partidor... e – como acontece há mais de dois séculos nessas lonjuras da fronteira – ouve-se a frase famosa, que parece haver nascido com o primeiro campeiro, mescla de índio, negro e branco, que povoou estas bandas: 'Já se vieram!'. 

Já se vieram, por que esta composição foi escolhida pra dar nome ao CD?  Como está escrito no texto de apresentação, esse é o grito ancestral que avisa a largada em uma cancha reta. Não há ninguém na campanha que não saiba o que significa. Hora de ver se as apostas neste ou naquele parelheiro deram certo. 

Como se deu a parte gráfica do Cd, onde foram as fotos, quem fez a produção?  A produção foi feita por um pessoal ligado ao Marcello Caminha e as fotos foram feitas através do próprio Marco Aurélio ou -aqui em Jaguarão - por dois fotógrafos: Alencar Coellho e Elis Vasconcellos. Quero destacar também a organização do lançamento feita pela Mariana Rockembach. 

Leia a entrevista completa no Blog Quarto de Ronda

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