19ª RECULUTA DA CANÇÃO CRIOULA
FICHA TÉCNICA - Concorrente Fase Geral
NOME DA COMPOSIÇÃO: Cambará
AUTOR LETRA: Lizandro Amaral
AUTOR MÚSICA: Lizandro Amaral e Guilherme Collares
INTERPRETE: Raineri Spohr
RITMO: Chamarra
Tu penso que a grota inteira
era toca de zebu?
e adiante do caracu
meu manguerão se garante
4 tentos viajantes
de um touro gordaço e pampa
que há muito tempo se acampa
na garupa do meu mouro
e quando sai é um estouro
cinchando o diabo das guampa.
Tu penso que tinha azas?
Descrente do meu pingaço.
Não sabia que meu laço
chegava antes do reio.
E a oração - que ainda creio -
é um terço de 12 braça
que garante minha raça
mandando em vaca grotera
e onde tu vai por matreira
meu ovelhero te abraça.
Por ser de cerne bem duro
batizei de Cambará...
sangue de lontra e guará,
às vezes voa e mergulha;
cruza em buraco de agulha
não perde pra touro alçado!
E o boi barroso afamado,
que o Pedro Ortaça aporreou?
O Cambará que amansou
de carretão e de arado !
Tu pensou que no meu tempo
cara feia não é fome?
Se eu não laço me consome
este fundão que é meu céu.
No cambará que dá mel
zebu matrero se entope
na tampa desse xarope
que esse doutor - cruza loco -
te enfia a trança nos toco
e fecha um pito a galope.
Andava eu e uns Collares
correndo vaca e se rindo!
Um tal Afonso Laurindo,
o Beto, o Lucio e o Lalinho...
o Guilherme e dois piasinho
- destes crioulos dali -
e o Cambará – nunca vi -
picaneando no garrão
pra garantir a nação
que bebi sangue daqui.
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