OREADO DE LUA
(Alegrete e Porto Alegre)
Ritmo: Milonga
Letra: Túlio Urach
Música: Duca Duarte
O grilo oreado de lua
Pajava, à noite, solito...
Foi morrer quando clareava
No bico de um canarito
Pilchou-se em penas de ouro
E trouxe ao pássaro rimas
Profundas como a lonjura
Das estrelas céu acima
No galho da laranjeira
Cantou ao pé da vertente
Deram laranjas na feira
Quais luas cheias nascentes
A sanga foi murmurando
O rio levou em sua veia
E as ondas do oceano
Riscaram poemas na areia
No espelho do mar imenso
A lua pálida e feia
Viu-se bonita nos versos
Cantados pelas sereias.
Iluminou-se vaidosa
E com mão que não se vê
Em tormenta caudalosa
Ergueu ao céu a maré
Pra toda pergunta feita
O silêncio mestre sábio
Tem a resposta perfeita
Aprisionada nos lábios
Quem diz que lua não chora
É limitado pro amor
Todo luar se demora
Pro canto de um pajador
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