Ritmo: Milonga
Letra: Fernando Teixeira
Música: Fernando Teixeira
Quando as águas invadiram nossas casas,
nossos sonhos se afogaram um a um,
mas os sonhos, não há quem lhe quebre as asas,
se renovam nos casebres mais comuns.
E assim, logo depois da enxurrada
não sobrou tempo pra se lamentar à toa,
porque as magoas que se foram, alagadas,
hoje dormem lá no fundo da lagoa.
Entre as barrancas, a vida segue calma,
porque, a morada o homem reconstrói,
mas quem pode enxugar a nossa alma
se a lágrima represada, às vezes dói.
As feridas ainda não cicatrizaram
nas faxadas onde a dor andava solta,
porque as águas agredidas apontaram,
chega um dia, a natureza se revolta.
O orvalho beija a pétala de flor,
a chuva irriga as plantas nos jardins,
porém o céu derrama toda a sua dor
contra quem não sabe ouvir os seus clarins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário